O Dia Mundial da Água, celebrado hoje, surgiu durante a ECO 92 com a divulgação da Declaração Universal dos Direitos da Água. Esse dia tem como objetivo prestar tributo a este recurso essencial e chamar a atenção para os problemas que envolvem a escassez e o comprometimento deste bem tão precioso. O uso desregrado, a crença de que a natureza tem capacidade infinita para se recompor e que a água é inesgotável contribuem para o preocupante cenário atual. Agimos como se "não houvesse amanhã". É preciso alertar a população e os governantes para buscarem soluções. No ano passado, foi lançada a Década Internacional para a ação: água para o desenvolvimento sustentável. A ONU destaca a importância da implementação de programas e projetos que enfatizem o desenvolvimento sustentável e a gestão integrada dos recursos hídricos. Os países estão atrasados para alcançar, até 2030, o objetivo de sustentabilidade (ODS) que prevê "assegurar a disponibilidade, a gestão sustentável da água e o saneamento para todos". A mulher tem um papel central na gestão e no uso da água no mundo, informou a diretora-geral da Unesco durante o Fórum Mundial da Água, realizado no Brasil. Elas gastam mais de 200 milhões de horas por dia buscando água. As mulheres são as responsáveis pelo suprimento das suas famílias, considerando os tradicionais papéis de gênero, em comunidades no qual o acesso é precário. Para uma vida digna precisamos acesso à água segura, limpa e disponível. Segundo a Unesco, 844 milhões de pessoas no mundo têm dificuldades quanto ao acesso à água. Quando se fala em saneamento, os números não são menos alarmantes - um quarto da população mundial não tem acesso a instalações sanitárias básicas. A escassez de água e a ausência de saneamento comprometem a saúde e a dignidade humana. A redução do acesso à água, potencializada pelas mudanças climáticas, contribui para o surgimento de tensões e conflitos violentos entre pessoas, comunidades e países. O ODS é fundamental para incentivar a cultura da paz e a prevenção de conflitos. O presidente da 72ª sessão da Assembleia Geral da ONU afirmou que é preciso investir na hidrodiplomacia e em mediações relacionadas à água. Os conflitos relacionados à água, no Brasil, são mediados pelos Comitês de Bacia Hidrográfica, que têm papel fundamental regrando usos, visando equilibrar desenvolvimento e natureza. Os jovens do mundo, cansados de esperar, impulsionados pela menina sueca Greta Thunberg, têm saído às ruas no movimento Fridays for future (Sextas-feiras para o futuro). Eles declararam o fim da era da negação das mudanças climáticas e estão cobrando dos líderes mundiais medidas de urgência. O futuro está em nossas mãos, afirmam. A vida está em nossas mãos. O tempo é de agir. Agir em prol da vida, em especial daqueles que nos são caros, filhos e netos. Esta causa não é de ambientalistas ou de alguns, é de todos. Lute!